A retomada da cooperação científica e tecnológica entre Brasil e Argentina, ocorreu oficialmente durante encontro bilateral na última segunda-feira (3). Dois acordos foram assinados pelos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Luciana Santos, e da Argentina, Daniel Filmus, para fortalecer projetos conjuntos.
Segundo a ministra Luciana Santos, a retomada da cooperação científica e tecnológica com a Argentina é decisiva para o relançamento da aliança estratégica e fortalecimento da integração regional.
Ao decorrer da reunião realizada entre a ministra com o ministro Daniel Filmus no Ministerio de Ciencia, Tecnologia e Innovación, foram revisados os principais temas da cooperação científica e discutida a retomada de projetos conjuntos.
A Argentina é parceria estratégica do Brasil no desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que será usado para a fabricação de radioisótopos. Outro projeto é o SABIA-Mar (Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marinhas), que prevê o lançamento de dois satélites (um brasileiro e outro argentino) para a realização de estudos oceanográficos e costeiros. Na reunião, a ministra destacou a Plataforma Multimissão (PMM), em desenvolvimento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), como possível forma de avançar o projeto SABIA-Mar. A PMM atingiu o grau máximo de maturidade com o satélite Amazonia 1, que está operando em órbita, com sucesso, desde 2021.
“A ciência é estratégica para qualquer projeto de nação, e nosso objetivo é avançar na cooperação internacional com a Argentina, retomando projetos importantes que estavam paralisados”, disse a ministra Luciana Santos.
“O Brasil é o nosso principal parceiro estratégico no desenvolvimento tecnológico, e esperamos aprofundar e ampliar a agenda de cooperação”, completou o ministro Fiulmus.
Acordos – Durante a visita à Argentina, foram assinados Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Ciências Oceânicas e o Programa Binacional Brasileiro-Argentino em Ciência, Tecnologia e Inovação. O primeiro confere marco legal para a promoção de atividades conjuntas de pesquisa científica na Antártida. Os dois países integram restrito grupo de 29 nações com status de Parte Consultiva do Tratado da Antártida, que regula as atividades da comunidade internacional no continente.
Já o Programa Binacional define oito áreas prioritárias para aprofundar a cooperação científica: biotecnologia, ciências espaciais, pesquisas nucleares, ciências do mar e Antártica, transição energética e ambiente, tecnologias da informação e comunicações, pesquisa em saúde e nanotecnologia.
Fonte: MCTI